sábado, 27 de agosto de 2016

http://dc.clicrbs.com.br/sc/estilo-de-vida/noticia/2016/03/geracao-z-caracteristicas-e-perspectivas-dos-jovens-que-conhecem-a-internet-desde-a-infancia-5258958.html



educação/ violência em sala de aula

Entre os 34 países que participaram do Talis em 2008 e 2013, são os docentes brasileiros que dizem gastar mais tempo para manter a ordem em sala de aula. Em 2008, eram 18%. Já em 2013, essa porcentagem subiu para 20%, quando a média internacional foi de 13% nos dois períodos.
Mais de 60% dos professores no país relataram ter mais de 10% de alunos com problemas de mau comportamento. Situação parecida acontece com o Chile e o México. Nos dois países, os professores também afirmaram enfrentar essas questões em sala de aula. Por outro lado, no Japão, pouco mais de 10% dos professores indicaram lidar com interrupções dos estudantes.
Todavia, segundo a pesquisa, a indisciplina é generalizada no Brasil. Ao contrário do que muitos poderiam imaginar, os números de estudantes com mau comportamento são quase os mesmos nas escolas públicas ou particulares. A diferença foi de apenas três pontos.
Menos tempo
Além das interrupções pelos estudantes, há outras fontes que atrapalham o desempenho no ambiente escolar como lista de chamada, informações da escola e reuniões. Essas atividades consomem ainda mais o tempo de aprendizado e nesse quesito o Brasil também aparece em primeiro lugar. O Talis 2013 mostra que é de 33%, na média, o tempo de não instrução relatado pelos professores brasileiros. A média é de 21% entre todos os países participantes.
Outro ponto importante mencionado na pesquisa é a carência desses profissionais. Com poucos disponíveis em sala de aula, o número de alunos por classe aumenta. O que torna o ambiente pouco favorável para o aprendizado.http://pensadoranonimo.com.br/brasil-e-numero-um-em-mau-comportamento-em-sala-de-aula/

domingo, 21 de agosto de 2016

Terrorismo


proposta 1
O combate contra o terrorismo é uma guerra perdida no século XXI? Apresente uma proposta de intervenção para o problema.

proposta 2 - escreva uma carta ( dissertatira a Luís Felipe Pondé, apoiando ou combatendo a tese dele.


Outro dia ouvia uma famosa música cantada por uma famosa cantora e escrita por um famoso compositor que dizia mais ou menos o seguinte: "Nada nunca se conseguiu nem se conseguirá com violência...".  Parei e me perguntei: como fulano, compositor e cantor tão competente, pode escrever uma coisa idiota como essa?  Daí me lembrei que esse tipo de dificuldade cognitiva é comum em artistas, intelectuais e afins (gente que julga o mundo pelos dois livros que leu ou pela música que escreveu ou pela tese que defendeu na universidade). Você também tem dificuldade de ver a realidade? Também projeta sobre ela essa doce autoimagem de pessoa boa e preocupada com os refugiados na Europa?  Ou é capaz de lembrar que, apesar de ser a favor das leis trabalhistas, demite sua empregada quando o FGTS fica caro? Eis um bom teste de caráter. És capaz de reconhecer isso, ou omites tal fato diante das câmeras e dos jantares inteligentes?  A ideia de que nada nunca se conseguiu ou se conseguirá com violência é de um tal absurdo que apenas um grave retardo mental pode levar uma pessoa a pensar isso.  Nem tudo, mas grande parte do que se conseguiu na história do sapiens foi conseguido com violência. Inclusive coisas que os bonitinhos se derretem e acham tão valiosas, como direitos humanos, democracia, liberdades individuais, ciência. O "diálogo" consegue muita coisa enquanto as pessoas não começam a brigar a sério por nada.  Aliás, um pequeno reparo profético: estou seguro de que, no futuro, olharão para nossa fé obsessiva na democracia como olhamos para os medievais e sua fé na leitura das vísceras dos animais. Rirão de como pudemos, um dia, levar tão a sério a soberania popular. No dia em que descobrirmos como limitar o poder (maior ganho efetivo da democracia) sem perder tempo com a soberania popular, a democracia acaba.  De volta à ideia absurda de que nunca nada se conseguiu ou se conseguirá com violência. Como diz um amigo meu esquisito, esquecemos que, para se sair dando "bom dia!" por aí, muito sangue correu na história da humanidade. A civilização é um exercício contínuo de violência, com ou sem sangue, sobre as pessoas e seus grupos de pertencimento.  Em tempos de terrorismo na Europa (ainda que a imprensa alemã minta, evitando reconhecer o terrorismo em seu território, com medo, justificado, de que isso cause pânico social diante dos milhões de refugiados sírios que a Alemanha acabou de importar), muita gente começa a despertar do longo delírio que foi esse parque temático humanista europeu das últimas décadas. A primeira coisa a ser feita no combate ao terrorismo é aprender a respeitar os terroristas e não vê-los como "vítimas sociais".  Os europeus esqueceram que o humanismo moderno é uma peça de publicidade oriunda de um debate teológico acerca do pecado original nos séculos 16 e 17. Nem a natureza humana "pecadora" existe nem a natureza humana "boa" do humanismo existe. A história é, sim, feita de sangue. E, muitas vezes, por "boas causas".  Antes que algum inteligentinho diga que sou a favor da violência, lembremo-nos de algo. Não se trata de ser a favor ou contra nada, trata-se de olhar a história e a vida real e perceber que, para que você desfile na Paulista de bike, no Iguatemi com seu Visa ou na Vila Madalena com seu Buda, muito sangue correu, corre e correrá no mundo.  Os intelectuais e afins, que deveriam nos ajudar a compreender o mundo, estão há décadas pregando concepções de mundo por aí, alheios à realidade das pessoas reais.  Ocupados com sua vaidade moral evidente, querem passar a ideia de que são pessoas boas e com bons sentimentos. Mentira. Por exemplo, ninguém detesta mais "o povo" do que artistas e intelectuais. Um professor de universidade que seja obrigado a conviver com o povo tomaria remédio contra náuseas todos os dias.  Desistimos, nós intelectuais, há décadas, de compreender o mundo. Optamos por vender ideias que façam as pessoas pensarem boas coisas de si mesmas. De certa forma, grande parte de nós produz autoajuda empacotada com palavras bonitas e elegantes.  ---------------- * Filósofo, escritor e ensaísta, pós-doutorado em epistemologia pela Universidade de Tel Aviv, discute temas como comportamento, religião, ciência. Escreve às segundas. ponde.folha@uol.com.br  Fonte:  http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/2016/08/1797399-para-combater-o-terrorismo-e-preciso-aprender-a-respeitar-os-terroristas.shtml Imagem da Internet

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https://razaoinadequada.com/2013/02/21/uma-definicao-de-terror/
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Desde o início do século XX com o desmoronamento do Império Turco-Otomano, a situação do Oriente Médio e dos povos muçulmanos – em particular – transformou-se radicalmente sucessivas vezes. Houve o crescimento de muitas correntes do Islamismoconsideradas extremistas, como o wahabismopraticado na Arábia Saudita. Além disso, a formação, no período da Guerra Fria, de núcleos de ação treinados pelos EUA contra a presença da URSS em países como o Afeganistão levou, posteriormente, à formação de redes internacionais como a Al-Qaeda. Sabe-se que essa rede, que era liderada pelo saudita Osama Bin Laden, foi responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001. O Estado Islâmico, que atua nas regiões do Iraque e da Síria, derivou-se da rede de Bin Laden.
Após os desdobramentos da Guerra do Iraque, que resultaram na retirada de Saddam Hussein do poder, as práticas terroristas tornaram-se exponenciais nesse país e também em outros, como a Síria, que ainda hoje é governada por Bashar al-Assad. A Al-Qaeda foi e continua sendo uma das organizações que buscam controlar regiões nos dois países. O Estado Islâmico, inicialmente, era um braço da Al-Qaeda e atuava na fronteira entre Iraque e Síria. Posteriormente, o grupo rompeu com sua matriz e passou a desenvolver projetos próprios na região.
A forma de terrorismo praticada pelo Estado Islâmico, ou EI, como também é conhecido, é uma das mais brutais. O terrorismo, em termos gerais, caracteriza-se pelo emprego de violência contra populações civis indefesas como forma de imposição de referenciais políticos e/ou religiosos. No caso do terrorismo islâmico, há uma interpretação radicalizada das doutrinas muçulmanas; interpretação essa que prega, entre outras coisas, o ódio contra os valores ocidentais, contra outras religiões e a implementação da lei islâmica, a Sharia, em sua forma mais drástica.
O Estado Islâmico, em todas as cidades e vilarejos que passou a dominar, institui a Sharia. A obrigatoriedade do uso da burca por mulheres, a lapidação (apedrejamento) de mulheres em caso de suspeita de traição, a extirpação do clitóris (castração feminina), a escravização de outros povos conquistados, a decapitação e a crucificação de inimigos e várias outras barbaridades são praticadas pelo EI.
Todas essas práticas são justificadas pelo discurso da Jihad, ou guerra santa islâmica, que tem por missão expandir a fé islâmica para o mundo e combater os “infiéis”. Em junho de 2014, o líder do Estado Islâmico, conhecido como Abu Bakr al-Baghadi, autoproclamou-se califa (título atribuído tradicionalmente a um governante muçulmano). As principais cidades dominadas pelo EI são Mossul (onde foi montada a sua sede), Tal Afar, Kirjuk e Tikrit.
Um dos fenômenos mais impressionantes que o Estado Islâmico desencadeou foi a adesão de milhares de jovens de todo o mundo à causa jihadista. Associado a isso, outro fenômeno também se destaca: a tentativa de imposição do terror por meio da mídia internacional com a gravação de decapitação de reféns, como jornalistas e soldados estrangeiros.

Por Cláudio Fernandes


http://alunosonline.uol.com.br/historia/estado-islamico.html


http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/afinal-por-que-e-tao-dificil-combater-o-estado-islamico

Terrorismo


Outro dia ouvia uma famosa música cantada por uma famosa cantora e escrita por um famoso compositor que dizia mais ou menos o seguinte: "Nada nunca se conseguiu nem se conseguirá com violência...".  Parei e me perguntei: como fulano, compositor e cantor tão competente, pode escrever uma coisa idiota como essa?  Daí me lembrei que esse tipo de dificuldade cognitiva é comum em artistas, intelectuais e afins (gente que julga o mundo pelos dois livros que leu ou pela música que escreveu ou pela tese que defendeu na universidade). Você também tem dificuldade de ver a realidade? Também projeta sobre ela essa doce autoimagem de pessoa boa e preocupada com os refugiados na Europa?  Ou é capaz de lembrar que, apesar de ser a favor das leis trabalhistas, demite sua empregada quando o FGTS fica caro? Eis um bom teste de caráter. És capaz de reconhecer isso, ou omites tal fato diante das câmeras e dos jantares inteligentes?  A ideia de que nada nunca se conseguiu ou se conseguirá com violência é de um tal absurdo que apenas um grave retardo mental pode levar uma pessoa a pensar isso.  Nem tudo, mas grande parte do que se conseguiu na história do sapiens foi conseguido com violência. Inclusive coisas que os bonitinhos se derretem e acham tão valiosas, como direitos humanos, democracia, liberdades individuais, ciência. O "diálogo" consegue muita coisa enquanto as pessoas não começam a brigar a sério por nada.  Aliás, um pequeno reparo profético: estou seguro de que, no futuro, olharão para nossa fé obsessiva na democracia como olhamos para os medievais e sua fé na leitura das vísceras dos animais. Rirão de como pudemos, um dia, levar tão a sério a soberania popular. No dia em que descobrirmos como limitar o poder (maior ganho efetivo da democracia) sem perder tempo com a soberania popular, a democracia acaba.  De volta à ideia absurda de que nunca nada se conseguiu ou se conseguirá com violência. Como diz um amigo meu esquisito, esquecemos que, para se sair dando "bom dia!" por aí, muito sangue correu na história da humanidade. A civilização é um exercício contínuo de violência, com ou sem sangue, sobre as pessoas e seus grupos de pertencimento.  Em tempos de terrorismo na Europa (ainda que a imprensa alemã minta, evitando reconhecer o terrorismo em seu território, com medo, justificado, de que isso cause pânico social diante dos milhões de refugiados sírios que a Alemanha acabou de importar), muita gente começa a despertar do longo delírio que foi esse parque temático humanista europeu das últimas décadas. A primeira coisa a ser feita no combate ao terrorismo é aprender a respeitar os terroristas e não vê-los como "vítimas sociais".  Os europeus esqueceram que o humanismo moderno é uma peça de publicidade oriunda de um debate teológico acerca do pecado original nos séculos 16 e 17. Nem a natureza humana "pecadora" existe nem a natureza humana "boa" do humanismo existe. A história é, sim, feita de sangue. E, muitas vezes, por "boas causas".  Antes que algum inteligentinho diga que sou a favor da violência, lembremo-nos de algo. Não se trata de ser a favor ou contra nada, trata-se de olhar a história e a vida real e perceber que, para que você desfile na Paulista de bike, no Iguatemi com seu Visa ou na Vila Madalena com seu Buda, muito sangue correu, corre e correrá no mundo.  Os intelectuais e afins, que deveriam nos ajudar a compreender o mundo, estão há décadas pregando concepções de mundo por aí, alheios à realidade das pessoas reais.  Ocupados com sua vaidade moral evidente, querem passar a ideia de que são pessoas boas e com bons sentimentos. Mentira. Por exemplo, ninguém detesta mais "o povo" do que artistas e intelectuais. Um professor de universidade que seja obrigado a conviver com o povo tomaria remédio contra náuseas todos os dias.  Desistimos, nós intelectuais, há décadas, de compreender o mundo. Optamos por vender ideias que façam as pessoas pensarem boas coisas de si mesmas. De certa forma, grande parte de nós produz autoajuda empacotada com palavras bonitas e elegantes.  ---------------- * Filósofo, escritor e ensaísta, pós-doutorado em epistemologia pela Universidade de Tel Aviv, discute temas como comportamento, religião, ciência. Escreve às segundas. ponde.folha@uol.com.br  Fonte:  http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/2016/08/1797399-para-combater-o-terrorismo-e-preciso-aprender-a-respeitar-os-terroristas.shtml Imagem da Internet
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Atualmente em todo mundo, se verifica um aumento crescente do conservadorismo e de fenômenos fundamentalistas que se expressam pela homofobia, xenofobia, anti-feminismo, racismo e toda sorte de discriminações. O fundamentalista está convencido de que a sua verdade é a única e que todos os demais ou são desviantes ou fora da verdade. Isso é recorrente nos programas televisivos das várias igrejas pentecostais, incluindo setores da Igreja Católica. Mas também no pensamento único de setores politicos. Pensam que só a verdade tem direito, a deles. O erro deve ser combatido. Eis a origem dos conflitos religosos e politicos. O fascimo começa com esse modo fechado de ver as coisas. Como vamos enfrentar esse tipo de radicalismo? Além de muitas outras formas, creio que uma delas consiste no resgate do conceito bom do relativismo, palavra que muitos nem querem ouvir. Mas nele há muita verdade. Ele deve ser pensado em duas direções: Em primeiro lugar, o relativo quer expressar o fato de que todos estão de alguma forma relacionados. Na esteira da física quântica, insiste a encíclica do Papa Francisco “sobre como cuidar da Casa Comum”:“tudo está intimamente relacionad; todas as criaturas existem na dependência uma das outras”(n.137;86). Por esta inter-relação todos são portadores da mesma humanidade. Somos uma espécie entre tantas, uma família. Em segundo lugar, importa compreender que cada um é diferente e possui um valor em si mesmo. Mas está sempre em relação com outros e seus modos de ser. Dai ser importante relativizar todos os modos de ser; nenhum deles é absoluto a ponto de invalidar os demais; impõe-se também a atitude de respeito e de acolhida da diferença porque, pelo simples fato de estar-aí, goza de direito de existir e de co-existir Quer dizer, nosso modo de ser, de habitar o mundo, de pensar, de valorar e de comer não é absoluto. Há mil outras formas diferentes de sermos humanos, desde a forma dos esquimós siberianos, passando pelos yanomamis do Brasil, até chegarmos aos moradores das comunidades da periferia e aos moradores de sofisticados Alphavilles, onde moram as elites opulentas e amedrontadas. O mesmo vale para as diferenças de cultura, de língua, de religião, de ética e de lazer. Devemos alargar a compreensão do humano para além de nossa concretização. Vivemos na fase da geo-sociedade, socidade mundial, una, múltipla e diferente. Todas estas manifestações humanas são portadoras de valor e de verdade. Mas são um valor e uma verdade relativos, vale dizer, relacionados uns aos outros, inter-relacionados, sendo que nenhum deles, tomado em si, é absoluto. Então não há verdade absoluta? Vale o “everything goes” de alguns pós-modernos? Traduzindo: “vale tudo”? Não há o vale tudo. Tudo vale na medida em que mantem relação com os outros, respeitando-os em sua diferença e não prejudicando-os. Cada um é portador de verdade mas ninguém pode ter o monopólio dela, nem uma religião, nem uma filosofia, nem um partido politico,nem uma ciência. Todos, de alguma forma, participam da verdade. Mas podem crescer para uma compreensão mais plena da verdade, na medida em que se relacionam. Bem dizia o poeta espanhol António Machado: “Não a tua verdade. A verdade. Vem comigo buscá-la. A tua, guarde-a”. Se a buscarmos juntos, no diálogo e na recíproca relacionalidade, então mais e mais desaparece a minha verdade para dar lugar à nossa Verdade, comungada por todos. A ilusão do Ocidente, dos USA e da Europa, é de imaginarem que a única janela que dá acesso à verdade, à religião verdadeira, à autêntica cultura e ao saber crítico é o seu modo de ver e de viver. As demais janelas apenas mostram paisagens distorcidas. Pensando assim, se condenam a um fundamentalismo visceral que os fez, outrora, organizar massacres ao impor a sua religião na América Latina e na África e, hoje, fazendo guerras com grande mortandade de civis, para impor a democracia no Iraque, no Afeganistão, na Síria e em todo o Norte da África. Aqui se dá também o fundamentalismo, de tipo ocidental. Devemos fazer o bom uso do relativismo, inspirados, por exemplo, na culinária. Há uma só culinária, a que prepara os alimentos humanos. Mas ela se concretiza em muitas formas e as várias cozinhas: a mineira, a nordestina, a japonesa, a chinesa, a mexicana e outras. Ninguém pode dizer que só uma é a verdadeira e gostosa, por exemplo, a mineira ou a francesa, e as outras não. Todas são gostosas do seu jeito e todas mostram a extraordinária versatilidade da arte culinária. Por que com a verdade deveria ser diferente? A base do fundamentalismo é essa arrogância que de que o seu modo de ser, sua ideia, a sua religião e a sua forma de governo é a melhor e a única válida no mundo. ------------------- 

* Leonardo Boff é filósofo,teólogo, professor emérito de Etica da UERJ e escrritor. Fonte:  https://leonardoboff.wordpress.com/2016/08/21/como-enfrentar-o-fundamentalismo/ Imagem da internetqueima 48h

sábado, 20 de agosto de 2016

Estado

http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/as-bases-estado-pensamento-liberal.htm


http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/ESSO/Edicoes/34/artigo213698-2.asp

Sistema de cotas

No processo, que corre em um tribunal regional do Distrito Federal, a defesa de Siqueira apresentou laudos de sete dermatologistas identificando o candidato como pardo, com base na chamada escala de Fitzpatrick, que estabelece seis categorias de pele em razão de sua resposta à radiação ultravioleta. Siqueira estaria no nível 4 (pele morena moderada), segundo os dermatologistas.
À Folha, o candidato afirmou ser pardo. "Nunca na minha vida fui considerado branco, até que os candidatos reprovados no concurso começaram a usar algumas fotos do Facebook para questionar a minha cor", disse.
Em dezembro, após a divulgação do resultado do concurso, dois advogados apresentaram uma denúncia ao Ministério Público Federal questionando a autodeclaração de Siqueira, anexando fotos de seu perfil na rede social como prova de que o candidato não seria pardo.
"Tem que ficar claro, pelos critérios fenotípicos [de aparência], que você possa ter sofrido preconceito em razão da cor da pele, por ser preto ou pardo. No caso dele, a gente observou que as características fenotípicas eram muito mais de uma pessoa branca do que de um negro", diz o advogado Danilo Prudente, um dos autores da denúncia.
Siqueira não permitiu ser fotografado pela Folha e enviou a foto feita por fotógrafo em estúdio usada na defesa.
Diante de uma recomendação do Ministério Público, o Itamaraty estabeleceu, em dezembro, que os cotistas aprovados deveriam fazer sua inscrição "perante sete diplomatas integrantes do Comitê Gestor de Gênero e Raça (CGGR)" do ministério, para "esclarecer eventuais dúvidas" sobre sua "condição de preto ou pardo".
A defesa contestou a convocação dessa etapa, não prevista no edital de abertura do concurso. A comissão formada por diplomatas (segundo o Itamaraty, "negros, não negros, homens e mulheres") rejeitou a autodeclaração de Siqueira e mais três candidatos.
A liminar que permitiu que ele frequente as aulas, mas não garante sua entrada na carreira diplomática mesmo se aprovado no curso, levou em conta a ausência de previsão desta etapa no edital. O processo judicial continua em curso.
O texto do edital prevê que, "na hipótese de constatação de declaração falsa, o candidato será eliminado do concurso". Para o professor de direito da FGV Oscar Vilhena, isso deixa um espaço para que o cotista passe pelo "ônus" de ter a autodeclaração analisada -inclusive pela comissão.
"A lei não precisa predeterminar, para cada fraude que haja, qual a natureza [das medidas a seguir]", diz.
VERIFICAÇÃO
A verificação do fenótipo por banca é controversa.
A lei federal 12.990 (2014), que reserva 20% das vagas a negros em concursos públicos, determina que o critério é autodeclaração como preto ou pardo, conforme o quesito de cor ou raça do IBGE.
Uma norma, fixada pelo Ministério do Planejamento no início deste mês, contudo, estabelece a criação de comissões, em cada órgão, para verificar a autodeclaração. Os critérios devem considerar só a aparência do candidato.
Para o geneticista Sergio Pena, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, os critérios físicos usados em bancas para verificar a autodeclaração "não são válidos sob o ponto de vista científico".
"A classificação como pardo é subjetiva e depende de fatores ambientais, como luz do sol e posição geográfica -em termos de ancestralidade biogeográfica, os pardos do norte do Brasil diferem consideravelmente dos pardos do sul", diz Pena. "Qualquer lei que se baseie nela [classificação] vai ser falha."
O IBGE não determina que características tornam alguém pardo ou preto. "Apresentamos o sistema de classificação, os órgãos é que vão discutir quem é negro", diz o analista do IBGE Jefferson Mariano.
O coordenador do Instituto de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa, José Jorge de Carvalho, defende que haja comissões em que a autodeclaração seja "confrontada", apesar de reconhecer que nem com elas se consiga "100% de verdade".
"O racismo é pela aparência, o que inclui cor da pele, mas o cabelo também. Às vezes até o nariz e os lábios são elementos. Isso tem que ser avaliado de forma integral."
O concurso de 2015 foi o primeiro de admissão à carreira de diplomata com cotas para negros. Como cotista, o capixaba bacharel em ciência política concorreu tanto entre os que se inscreveram para as seis vagas de cotas para negros como entre os que disputavam as 22 vagas da chamada ampla concorrência.
Na primeira fase, Siqueira foi beneficiado pelas cotas, pois não conseguira a pontuação para a ampla concorrência. Na fase final, porém, ele obteve pontuação para se classificar entre os não cotistas -e foi aprovado nesse grupo. A concorrência entre cotistas era de 111,8 por vaga, e, entre os não cotistas, 239,6 por vaga. http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/08/1805110-caso-de-cotista-com-autodeclaracao-rejeitada-acende-debate-no-itamaraty.shtml
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Mais da metade dos brasileiros se declararam negros, pardos ou indígenas no último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010. Mesmo com este percentual, não é fácil encontrar por aí negros e pardos vivendo em situação igualitária com brancos. Uma das medidas que busca introduzir e diminuir a desigualdade entre brancos e negros no país é a chamada Lei de Cotas
A Lei nº 12.711 foi aprovada em 2012, o que representa que a partir desta data todas as instituições de ensino superior federais do país precisam obrigatoriamente reservar parte de suas vagas para alunos oriundos de escolas públicas, de baixa renda, e negros, pardo e índios. A reserva começou em 12,5% e precisa chegar aos 50% até 2016.
Segundo o professor de Cultura Brasileira Marcos Minuzzi, doutor pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), essas medidas são importantes para mostrar que há uma preocupação sobre a intensa desigualdade no país. “Tenho opinião favorável, no sentido de que democratiza o acesso, considerando nossas grandes desigualdades sociais. Pode-se criticar o sistema ou tentar encontrar outras formas de democratização de acesso mais eficazes, mas o importante é que os mecanismos existentes refletem uma preocupação de resolver o problema”.
Além da dívida histórica que o país tem com os afrodescendentes por anos de exploração, a lei veio para minimizar as diferenças raciais e socioeconômicas que sempre existiram no Brasil. Aqui, somente 47,73% dos brasileiros se declaram brancos, segundo o Censo de 2010, tornando se assim um dos países mais miscigenados do mundo. Mesmo com toda essa mistura ainda há diferenças que gritam aos nossos olhos. 
As cotas sociais representam os motivos de sua própria existência. O abismo existente entre escolas públicas e particulares fornecem, claramente, oportunidades distintas a estudantes de classes sociais diferentes. Sem as cotas para os estudantes de classes sociais menos favorecidas, as cadeiras nas melhores universidades continuarão sendo conquistadas por candidatos com melhor estabilidade financeira. O ideal seria qualificar o ensino público, mas isso levaria décadas. 
A Universidade de Brasília (UnB) foi a primeira instituição federal a aprovar cotas para minorias étnicas e raciais e a primeira instituição brasileira a aprovar cotas exclusivamente para negros. De 2004 até o 2013, 18,5% dos estudantes que se formaram pela universidade são negros e ingressaram na instituição graças ao sistema.
No Brasil, negros e pardos representam 52% da população, mas nas instituições federais esse índice cai para 40%, sendo 32% de pardos e apenas 8% negros, segundo estudo feito pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), em 2011. Com a política de cotas a expectativa é que dentro de alguns anos este panorama mude e haja maior inclusão dos menos favorecidos na sociedadehttp://vestibular.mundoeducacao.bol.uol.com.br/cotas/argumentos-favor-das-cotas.htm
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ESTUDE TUDO AQUI NO LINK, FAÇA ANOTAÇÕES.

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http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/educacao-a-polemica-do-sistema-de-cotas.htm
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A questão das cotas “raciais” é polêmica e gera muitas discussões; obviamente que preconceito e racismopodem determinar o posicionamento de uma pessoa, sendo a mesma a favor ou contra essas cotas, mas o objetivo aqui é analisar o posicionamento que se sustenta sem argumentos racistas.


Os argumentos centrais opostos às cotas raciais são:

* Cotas Raciais são Racistas:
Dentre os argumentos utilizados, esse é um dos mais recorrentes. De forma simples, faz-se um entendimento de que combater segregação e preconceito com atitudes que privilegiem determinados grupos sociais representa uma ironia. O que também é afirmado é que oferecer privilégios a grupos específicos significa identifica-los como menos capazes que os demais.

* Cotas Raciais são Injustas:
Indo na mesma linha do raciocínio anterior, aqui o que se diz é que, ao oferecer determinadas “facilidades” aos afrodescendentes, eles - o governo, os políticos idealizadores das cotas etc. - deixam de fora toda uma gama de outros indivíduos que disputam, por exemplo, uma vaga numa universidade, numa situação em que mesmo com um desempenho alto, acabam não conquistando uma vaga que o outro candidato, com cota, consegue, mesmo, em alguns casos, tendo uma nota menor.

* Não Resolvem o Problema:
São, dizem, meramente paliativas. Não tratam a causa, não resolvem a situação e servem apenas como joguete político para mandar a sujeira pra debaixo do tapete. O que também é comum de se ouvir é que, principalmente no que se trata do ingresso na universidade, a disputa deveria ser baseada única e exclusivamente no desempenho do candidato; que deve entrar o mais preparado e que, esses sim, tenderão a ser os melhores profissionais no futuro.

* Cotas apenas Sociais são mais Aceitáveis:
Do lado oposicionista, os mais moderados em geral não se opõem às cotas sociais, pelo fato de a mesma ser um fator mais palpável e passível de análises menos abstratas. Análise da renda, por exemplo.

Rodrigo Constantino, no entanto, vai mais longe e se diz totalmente contra não apenas às cotas raciais, mas também as sociais. De acordo com ele, salvo engano, um sistema que adota cotas raciais age como um “Tribunal Racial, segregando e fomentando o racismo”.
Ele também diz que as cotas sociais “parecem uma confissão [por parte do governo] de impotência , de incompetência em oferecer ensino básico de boa qualidade para todos”

Nesse post então está uma síntese dos argumentos contrários às cotas raciais e que não representam a minha opinião. Concordo com diversos fatores abordados acima, mas creio se tratar de algo não tão simples quanto parece. Portanto, num outro post, tratarei dos argumentos que se colocam de acordo com o uso de cotas. Devo lembrar que não existe a menor intenção de descreditar uma ideia ou outra, mas sim de discuti-las. 

Para terminar quero expressar o meu total asco por figuras como Jair Bolsonaro. Pessoas como ele são exemplares do que existe de pior na nossa sociedade. É um dinossauro, um racista, um homofóbico e um indivíduo que devia ter nascido na época da Inquisição e não no século XXI. Como se já não fosse suficiente dizer asneiras sobre praticamente tudo o que discute, ainda acrescentou mais essa na sua coleção: 
“Eu não entraria em um avião pilotado por um cotista nem aceitaria ser operado por um médico cotista.”



terça-feira, 16 de agosto de 2016

Os boatos e o discurso do ódio na internet

Por meio da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “ Os boatos e o discurso do ódio na internet"”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Instruções Enem:
1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
3. A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero.
4. A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero.
5. A redação que apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos receberá nota zero.
6. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.


No final dos anos 90, quando a internet ainda era acessada através de computadores conectados a linha telefônica, já naquela época existia o hábito de enviar notícias por mensagens de e-mail a grupos de amigos. Os boatos sempre existiram, os assuntos variavam entre revelações de escândalos política, dicas de tratamentos de saúde alternativos ou alertas sobre perigos em geral. Com evolução da tecnologia que permite o acesso a internet, mais pessoas puderam-se conectar-se a rede. Nesse período surgiram as redes sociais, o que possibilitou a intensificação dessa prática. A divulgação de histórias falsas pode ter consequências reais, e em casos extremos originar ações violentas. A coluna Tira-dúvidas de tecnologia já apresentou um teste sobre os perigos de se divulgar denúncias contra maus-tratos a animais.

A divulgação de histórias falsas não se restringe a somente esse tipo de crime. Com um pouco de criatividade, é possível produzir facilmente um boato e em pouco tempo conquistar o engajamento de milhares de internautas. Quando isso ocorre com o apoio de figuras públicas através de compartilhamento nas suas redes sociais, a repercussão da postagem é ainda maior.   

A recomendação é que antes de compartilhar qualquer informação, quando possível, seja verificada a sua veracidade. Não é porque está publicado em blogs, sites, redes sociais, ou compartilhado em grupos do WhatsApp que necessariamente é verdade. Existe muito conteúdo criado apenas para conquistar seguidores e acessos, e assim monetizar o site através de anúncios. Isso não significa que todos produtores de conteúdo independentes não sejam considerados confiáveis, porém não existe uma regra que permita identificar as fraudes facilmente. E na dúvida, é mais apropriado abrir mão de eventuais curtidas recebidas do que contribuir na sua divulgação de boatos.  

Recentemente páginas falsas no Facebook anunciaram sorteios de automóveis de luxo e smartphones de última geração para os seguidores que curtirem a publicação e compartilha-la em seus perfis. Uma das montadoras mencionadas nos falsos sorteios já se pronunciou nas redes sociais e através de uma declaração desmentiu a existência de qualquer sorteio. 
Mas Afinal, como identificar um boato na internet?  
Nessa coluna serão apresentados sites que auxiliam os leitores interessados em pesquisar sobre a existência de boatos divulgados na internet, confira.  

E-farsas - É um dos precursores do gênero, o site tem mais de 10 anos de existência e nele é possível pesquisar sobre a maior parte dos boatos amplamente difundidos na rede. O autor do site além de pesquisar a origem dos boatos, tenta fazer uma análise minuciosa sobre os pontos contraditórios contidos na informação que está sendo divulgada.   

Boatos.org- É uma outra excelente alternativa para checagem de histórias espalhadas pela internet. O site segue uma linha editorial semelhante a encontrada no e-Farsas, mas pode variar no que diz respeito a análise da história. Nem sempre o que publicado num site, é repetido no outro.   

Fatos & Boatos - É um site criado pelo Governo Federal e lançado no final de 2015. Nesse site são esclarecidos fatos relacionados a política.   

Verdades e Boatos - É um site institucional desenvolvido pela Coca-Cola para esclarecer os boatos espalhados sobre os refrigerantes produzidos pela empresa.   

Tentar esclarecer os fatos divulgados na internet não é o mesmo que inibir a livre manifestação de opiniões, mas uma iniciativa importante para distinguir o que é informação verdadeira das histórias falsas divulgadas de maneira irresponsável. 

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O discurso de ódio se tornou mais visível", diz pesquisadora
Professora analisa tumulto ocorrido em evento que debatia o combate ao ódio e à intolerância nas redes
Por: Luísa Martins
21/05/2015 - 22h55min


 Grupo elevou o tom durante debate no PlenarinhoFoto: Reprodução / ZH TV
Professora da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e autora do livro A Conversação em Rede: A Comunicação Mediada pelo Computador e as Redes Sociais (Ed. Sulina, 2012), Raquel Recuero analisou, em entrevista a ZH, otumulto ocorrido durante debate sobre combate ao ódio e à intolerância nas redes, realizado na quarta-feira em Porto Alegre.
Por que se tem a sensação que existe, nas redes sociais, um excesso de intolerância e violência?
— Acho que isso não está em todos os canais, mas em alguns, principalmente no Facebook e no Twitter. Especialmente após o ano passado, por conta, principalmente, das eleições, essas agressões adquiriram outra proporção. Isso é um efeito direto da guerrilha informacional que tomou a mídia social durante o período (das eleições). Mas não quer dizer que todo mundo seja assim. É preciso entender também que há uma articulação de grupos, e muitas vezes temos o efeito do "grito", ou seja, aparece mais quem grita mais alto, mesmo que esse grito seja dado por um grupo pequeno.

As pessoas são agressivas na internet por quais motivos?
— Primeiro, porque elas não veem a audiência, que é invisível. Elas interagem com uma tela, e com uma audiência imaginada. No "calor" da emoção, acabam falando coisas para essa audiência, que, claro, não é todo mundo. Isso gera mais agressão ainda, já que as pessoas que não foram intencionalmente agredidas se ofendem, e por aí vai. Em segundo lugar, aquilo que é dito permanece, é difícil de apagar (qualquer um pode dar print screen) e tem muito mais impacto. Em terceiro, as redes são heterogêneas, com pessoas de diferentes credos, opções e ideias. Só que na vida cotidiana, a gente normalmente não procura o conflito na conversa, mas a cooperação. Há exceções, é claro, mas de modo geral a gente conversa com as pessoas sobre o que elas concordam conosco, evitamos os assuntos mais "espinhosos". Na internet, tu não consegues fazer isso. Não tens como separar as audiências. Além disso, existem os "trolls" e os "haters", que são grupos organizados para implicar, fazer barulho e criar confusão online, não apenas na seara política, mas em qualquer uma. E esses grupos conseguem se articular bem na internet, porque a rede proporciona isso.
Veja no vídeo o momento do coro de protesto:

Sua pesquisa sobre violência nas redes sociais começou em 2008. De lá para cá, mudou muita coisa?
— Sim. Eu acho que se tornou mais visível, especialmente porque há mais gente usando e mais emoção envolvida. Mas também é preciso ver que esses discursos existem na sociedade. A questão é que nem sempre eram visíveis. Por exemplo, o racismo e o discurso contra as minorias. Isso tudo faz parte da sociedade, mas adquire muito mais visibilidade no espaço online.
Temos visto, como foi o exemplo da confusão de quarta-feira na Assembleia, o ódio no ambiente virtual se transferir para o real.
— Eu acho que, na verdade, uma coisa é reflexo da outra. As campanhas foram muito agressivas, e isso tem um preço. A violência subjetiva, a que vemos como agressão direta, é resultado da violência objetiva, discursiva, sistêmica. As duas coisas estão intrinsicamente relacionadas. Para mim, a única forma de trabalhar com esses discursos é educação. Especificamente nos sites de rede social, em questões como bullying, preconceito etc, é preciso trabalhar nas escolas, com os jovens. Porque o que observamos no nosso grupo é que as pessoas não entendem muito bem os efeitos e impactos de estar nos sites de rede social e publicar qualquer coisa.
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Acesse este link e estudo o discurso do ódio nas redes ( eles não deixam copiar o texto) .

sábado, 13 de agosto de 2016

VIOLÊNCIA URBANA

APONTE CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DA VIOLÊNCIA URBANA. 
SE VISAR AO ENEM APONTE UMA BOA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.
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ESTUDOS
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Vídeo de bom nível




 Perfil da vítima e do agressor   
           
1)-Geralmente jovem, do sexo masculino, morador de regiões periféricas das grandes cidades, que abandonou a escola cedo e não tem emprego formal, é a maior vítima de homicídio.

2)- Ao mesmo tempo, esse jovem é o maior autor de crimes contra o patrimônio, como assaltos e roubos.

3)- E a maior vítima de crimes contra o patrimônio é também o jovem de ambos os sexos, mas de perfil diferente: Tem renda e escolaridade mais elevadas e mora em bairros mais abastados.

Já os crimes sexuais contra mulheres são praticados majoritariamente por homens com quem se relacionam ou se relacionaram:

Esse é um fator que inibe ainda mais a denúncia, tanto que crimes como estupro e atentado violento ao pudor são dos mais subnotificados.

Pais, outros parentes e pessoas conhecidas da família são os agressores na maior parte dos crimes de maus-tratos e de abuso sexual contra crianças.


AS CAUSAS:
           
Se a violência é urbana, pode-se concluir que uma de suas causas é o próprio espaço urbano?
Os especialistas na questão afirmam que sim: nas periferias das cidades, sejam grandes, médias ou pequenas, nas quais a presença do Poder Público é fraca, o crime consegue instalar-se mais facilmente.


São os chamados espaços segregados, áreas urbanas em que a infra-estrutura urbana de equipamentos e serviços (saneamento básico, sistema viário, energia elétrica e iluminação pública, transporte, lazer, equipamentos culturais, segurança pública e acesso à justiça) é precária ou insuficiente, e há baixa oferta de postos de trabalho.

Esse e os demais fatores apontados pelos especialistas não são exclusivos do Brasil, mas ocorrem em toda a América Latina, em intensidades diferentes.

Não é a pobreza que causa a violência


Se assim fosse, áreas extremamente pobres do Nordeste não apresentariam, como apresentam, índices de violência muito menores do que aqueles verificados em áreas como São Paulo, Rio de Janeiro e outras grandes cidades.


E o País estaria completamente desestruturado, caso toda a população de baixa renda ou que está abaixo da linha de pobreza começasse a cometer crimes.


Outros dois fatores para o crescimento do crime são:

1º)- A impessoalidade das relações nas grandes metrópoles

2º)- A desestruturação familiar. Esta última é causa e também efeito. É causa porque sem laços familiares fortes, a probabilidade de uma criança vir a cometer um crime na adolescência é maior. Mas a desestruturação de sua família pode ter sido iniciada pelo assassinato do pai ou da mãe, ou de ambos.

No entanto, alguns especialistas afirmam que essa segunda causa deve ser vista com cautela.

Desestrutura familiar, por exemplo, não quer dizer, necessariamente, ausência de pai ou de mãe; ou modelo familiar alternativo. A desestrutura tem a ver com as condições mínimas de afeto e convivência dentro da família, o que pode ocorrer em qualquer modelo familiar.

Também não é o desemprego - Mas o desemprego de ingresso:

É quando o jovem procura o primeiro emprego, objetivando sua inserção no mercado formal de trabalho, e não obtém sucesso – tem relação direta com o aumento da violência, porque torna o jovem mais vulnerável ao ingresso na criminalidade.

Na verdade, o desemprego, ou o subemprego, mexe com a auto-estima do jovem e o faz pensar em outras formas de conseguir espaço na sociedade, de ser, enfim, reconhecido.


Sem conseguir entrar no mercado de trabalho, recebendo um estímulo forte para o consumo, sem modelos próximos que se contraponham ao que o crime organizado oferece (o apoio, o sentimento de pertencer a um grupo, o poder que uma arma representa, o prestígio) um indivíduo em formação torna-se mais vulnerável.

O crescimento do tráfico de drogas, por si só, é também fator relevante no aumento de crimes violentos:

As taxas de homicídio, por exemplo, são elevadas pelos “acertos de conta”, chacinas e outras disputas entre traficantes rivais.

E, ainda, outro fator que infla o número de homicídios no Brasil é a disseminação das armas de fogo, principalmente das armas leves. Discussões banais, como brigas familiares, de bar e de trânsito, terminam em assassinato porque há uma arma de fogo envolvida.
             
           
Para um enfrentamento das causas, é necessária a participação de toda a sociedade:

1)- Tanto cobrando soluções do Poder Público como se organizando em redes comunitárias de proteção e apoio, de desenvolvimento social e mesmo de questões de segurança pública – é um caminho apontado pelos especialistas.

2)- Não significa substituir as funções do Estado, mas trabalhar em conjunto. E é importante não transformar o diagnóstico, a identificação das causas, em motivo para mais violência. Afirmar que as áreas urbanas mais desprovidas de recurso facilitam a criminalidade não significa dizer que os moradores dessas áreas sejam culpados. Na verdade, além de enfrentar condições precárias de subsistência, essa população ainda é a principal vítima de crimes violentos.


3)- Grande parte das ações necessárias está na gestão urbana, que compete aos municípios. Como a segurança pública é tarefa dos Estados, é preciso haver integração entre políticas urbanas e políticas de segurança pública.

4)- A escola também é um ponto importante: espaço privilegiado de convívio e de formação da pessoa, precisa ter qualidade e se integrar à comunidade a sua volta. Escolas que permanecem abertas nos finais de semana, para uso da comunidade, conseguem quase eliminar o vandalismo em suas dependências.

5)- Além de uma escola pública melhor, fazem parte da lista de ações recomendadas por quem estuda a violência uma polícia melhor equipada e um Poder Judiciário mais ágil e, se necessário, mais rigoroso.

6)- Para proteger-se dos crimes contra o patrimônio, como fraudes, furtos e roubos, o sociólogo Tulio Kahn recomenda estratégias de “bloqueamento de oportunidades”: dificultar o acesso dos criminosos aos alvos por eles visados.O ladrão age quando tem a oportunidade facilitada e pelo valor que possa obter com o produto do roubo. A mudança de alguns hábitos e a adoção de comportamentos preventivos, somadas a equipamentos de segurança que possam incluir de simples trancas reforçadas a sofisticados sistemas de monitoramento eletrônico de residências são recomendados pelos especialistas em segurança. A instalação de equipamentos deve levar em conta o patrimônio a ser protegido e, claro, a disponibilidade financeira (leia o capítulo “Dicas de prevenção no link ao final”).


De uma maneira mais ampla, não basta somente proteger a si mesmo:

Adalberto Botarelli, psicólogo social, cita o pensamento do filósofo Espinosa, segundo o qual agimos governados por três questões:

1) Uma lógica transcendental, não se faz uma coisa porque é transgressão.

2) uma lógica do medo, não se faz pela punição possível.

3) pelo bem comum, porque o bem do outro é o bem de si próprio – é a lógica da ética do bem comum. De acordo com a ética do bem comum, uma pessoa não vai se preocupar com a redução dos assaltos por ser um bem para si mesma, mas por ser um bem para toda a sociedade. Nessa lógica, não existe propriamente uma defesa contra a violência, mas sim a redução do medo.

Custos da violência urbana      
           
O Brasil contabiliza cerca de 30 homicídios para cada 100 mil habitantes ante a média mundial de 5.

O resultado anual de homicídios pode ser comparado ao número de vítimas de uma guerra civil. Em 2001, foram notificados 1 milhão de crimes contra o patrimônio na cidade de São Paulo, sem considerar aqueles que não tiveram o registro da ocorrência nas Polícias Civil e Militar, e que são a maioria, de acordo com pesquisa do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da Presidência da República, em parceria com a Universidade São Paulo (USP) e o Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para a Prevenção do Delito e o Tratamento do Delinqüente (Ilanud).


A segurança deve ser considerada um direito de cidadania, pois significa liberdade (respeito ao indivíduo) e ordem (respeito às leis e ao patrimônio), que são fundamentais para o desenvolvimento econômico e social.


Estudos da Fundação Getulio Vargas (FGV) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento estimam que os custos da violência atingem 10% do PIB, algo em torno de R$ 130 bilhões.

São recursos que deixam de gerar empregos na cadeia produtiva, de investimentos e consumo, favorecendo a expansão apenas dos serviços especializados de segurança.

O estudo da FGV calcula que o número de vigilantes hoje no Brasil é 3,5 vezes o contingente das forças armadas nacionais, com o agravante de que esses primeiros possuem qualificação discutível e andam armados.


A violência urbana afeta, de forma incisiva, as decisões de investimento no País:


1)- Nem mesmo a justificativa do potencial mercado consumidor é suficiente para revertê-la. Nenhuma empresa quer pôr em risco a vida de seus profissionais e a segurança de seu patrimônio.


2)-Ademais, a liberalização comercial global facilita a importação de produtos que poderiam ser produzidos no Brasil. Isto é, a violência é fator competitivo no mercado internacional e, contrariando as nossas necessidades, exporta empregos.


3)- Nesse contexto, o setor turístico brasileiro, de enorme potencial e diferenciais, acaba sendo o maior prejudicado. O turismo tem capacidade de gerar empregos em escala, até mesmo porque a qualificação de sua mão-de-obra é muito rápida. Solução perfeita para reduzir o desemprego no País e que a violência urbana solapa.

4)- O tipo de violência urbana que se presencia no Brasil é fundamentado no crime organizado, que é a pior de todas, pois cria um poder paralelo.

5)- Para o Estado, a violência urbana também representa dispêndios significativos. São retirados recursos da saúde, da educação e do saneamento básico para financiar a infra-estrutura penitenciária, os serviços de apoio às vitimas etc. O Estado também perde com o abalo na confiança da população em suas instituições.http://berakash.blogspot.com.br/2013/10/perfil-da-vitima-e-do-agressor-1.html