Dissertação (Enem)
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “ as evidências na correlação entre aquecimento global e saúde.
”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Instruções Enem:
1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.
3. A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero.
4. A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero.
5. A redação que apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos receberá nota zero.
texto 1
O mundo deve se preparar para os impactos potencialmente devastadores das mudanças climáticas na saúde humana, disseram autoridades de várias partes do mundo reunidas em Paris nesta quinta-feira.
Algumas dessas consequências podem ser evitadas se a humanidade diminuir radicalmente o uso de combustíveis fósseis nas próximas décadas, mas muitas delas já estão sendo sentidas, disseram os participantes na abertura de uma conferência de dois dias organizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Saúde e clima são indissociáveis porque a saúde humana depende diretamente da saúde do planeta”, afirmou a ministra francesa do Meio Ambiente, Ségolène Royal.
Royal, que também é presidente rotativa das conversações da ONU sobre a melhor forma de lidar com o aquecimento global, disse que os impactos na saúde devem desempenhar um papel mais central nas futuras negociações.
“De agora em diante, vou fazer o meu melhor para garantir que a saúde esteja integrada em todas as futuras conferências sobre o clima”, começando com um fórum especial na próxima reunião climática da ONU em novembro em Marrakesh, na qual participarão 196 nações, disse a ministra à AFP.
No Acordo de Paris, assinado em dezembro do ano passado, os países se comprometem a limitar o aquecimento global bem abaixo de 2º Celsius, além de ajudar as nações pobres a lidarem com seus impactos.
Um número crescente de estudos científicos prevê um cenário alarmante de sofrimento humano causado por alterações nos padrões climáticos, elevação dos mares, secas e supertempestades.
Além disso, os casos de doenças tropicais como malária, dengue e zika, entre outras, estão aumentando conforme os insetos que as transmitem se espalham com o aquecimento global.
Setor da saúde ‘sub-representado’
Ondas de calor extremas que deverão ocorrer a cada década, em vez de uma vez por século, vão fazer mais vítimas, especialmente entre doentes e idosos.
Em 2005, a OMS estimou que períodos quentes provocavam 150.000 mortes anualmente. Mais de 45.000 morreram só na Europa devido a uma onda de calor no verão de 2003.
A maior preocupação de todas talvez seja a ameaça para o abastecimento alimentar global.
“Podemos alimentar tantas pessoas” – nove bilhões na metade do século, segundo projeções da ONU – “quando o clima que nos sustenta está mudando de maneira tão adversa?”, perguntou à plateia Letizia Ortiz, rainha da Espanha e embaixadora especial para a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.
Muitos alimentos básicos, especialmente nos países em desenvolvimento, não podem se adaptar rápido o suficiente às mudanças do tempo, resultando em rendimentos mais baixos.
Os peixes, que são a principal fonte de proteína para bilhões de pessoas, não só escassearam pela colheita industrial, mas estão migrando conforme os oceanos aquecem e os recifes de coral morrem.
Às vezes a saúde é mais prejudicada pelas fontes, e não pelos impactos, das mudanças climáticas provocadas pelo homem.
A OMS estima que sete milhões de pessoas morrem a cada ano por causa da poluição do ar, que também contribui para o aquecimento global como um gás do efeito estufa.
“O setor da saúde tem sido sub-representado nesta discussão, quando você pensa sobre os milhões de vidas que serão afetados, e até mesmo perdidas”, disse Richard Kinley, chefe interino do fórum climático da ONU.
“O mundo já está comprometido com níveis altos de alteração climática. O setor da saúde terá que lidar com as consequências”, completou Kinley.
A Segunda Conferência Global sobre Saúde e Clima terminará na sexta-feira com uma proposta de “programa de ação” para os governos nacionais.http://istoe.com.br/conferencia-da-oms-ressalta-impacto-da-mudanca-climatica-na-saude/
texto 2
Brasília, 30 de novembro de 2015 – A mudança climática está ameaçando aumentar os problemas de saúde no mundo, adverte a Organização Mundial da Saúde (OMS) no Perfil de País Climático e de Saúde 2015. Espera-se que o aumento nas temperaturas, as ondas de calor intensas, a precipitação mais extrema, as inundações e os deslizamentos de terra intensifiquem os desafios existentes das doenças transmissíveis, a insegurança alimentar e a pobreza caso medidas não sejam tomadas.
Há agora um vasto conjunto de evidências de que as ações humanas, principalmente a queima de combustíveis fósseis, causaram mudanças significativas no sistema climático. “Nosso planeta está perdendo sua capacidade de sustentar a vida humana com boa saúde”, disse a Diretora Geral da OMS, Margaret Chan. “A melhor defesa é a mesma que nos protegerá de surtos de doenças infecciosas e da crescente carga de doenças não transmissíveis: sistemas de saúde fortes, flexíveis e resilientes.”
As emissões globais dos poluentes climáticos, inclusive o dióxido de carbono e o carbono negro, estão levando a mudanças climáticas. Se as taxas atuais de emissões continuarem, projeta-se que a temperatura anual média subirá aproximadamente 5.8°C, de 1990 a 2100. No entanto, se puderem ser reduzidas por meio de ações como a troca para combustíveis mais limpos para a geração de eletricidade e energia doméstica, e menos sistemas de transporte poluentes, a ascensão da temperatura poderia ser limitada a aproximadamente 1.2°C.
Implicações-chave da mudança climática para a saúde no Brasil
Está projetada que a mudança climática aumentará as ondas de calor, as secas, as inundações e o nível do mar em todo o mundo, e também causará riscos importantes para a saúde no Brasil. A OMS relata que, a menos que consideráveis medidas protetoras sejam tomadas, projeta-se que mais de 618 mil brasileiros sejam afetados pela inundação causada pelo aumento do nível do mar em todos os anos de 2070 a 2100. Estima-se que mortes associadas ao aumento da temperatura em idosos (acima de 65 anos) crescerão para quase 72 mortes por 100.000 em 2080, comparado com 1 por 100.000 ao ano, de 1961 a 1990.
A OMS, em parceria com a Secretaria da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) e vários parceiros, trabalhou com o Ministério da Saúde do Brasil para elaborar o perfil do país, que apresenta evidências na correlação entre mudança climática e saúde, assim como as oportunidades que o Brasil poderia aproveitar para melhorar a saúde enquanto reduz as emissões de gás de efeito estufa.
“O perfil é importante para ajudar o país a proteger a saúde de suas populações frente às mudanças climáticas, pois apresenta orientações para conter as ameaças e seus potenciais riscos à saúde”, afirmou o Representante da Organização Pan-Americana da Saúde / Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, Joaquín Molina.
Ações-chave para o Brasil
Enquanto o governo do Brasil já está tomando iniciativas substanciais para implementar programas de adaptação à saúde e desenvolver capacidade técnica para atuar em mudanças climáticas e saúde, o perfil do país identifica oportunidades adicionais para ações.
A OMS recomenda que o país amplie atividades para aumentar a resiliência climática da infraestrutura de saúde e desenvolva uma estratégia nacional para a mitigação das mudanças climáticas que considere suas implicações para a saúde.
Isto deve orientar as medidas protetoras. Por exemplo, se o país fortalecesse as medidas contra o aumento do nível do mar e a inundação costeira, o número de pessoas afetadas poderia se limitar a 3.200 pessoas por ano. A melhoria da vigilância e resposta a doenças poderia fornecer proteção eficaz contra o risco de doenças, como malária, mesmo com o aquecimento climático.
No Brasil, 5% das 336.000 mortes por doença isquêmica do coração, acidente vascular cerebral, câncer de pulmão, doença pulmonar obstrutiva crônica (em pessoas de 18 anos ou mais) e baixas infecções respiratórias agudas (em menores de 5 anos) são atribuíveis à poluição do ar doméstico.
Esses riscos podem ser evitados por domicílios que usam combustíveis mais limpos ou tecnologias mais eficazes para cozinhar, aquecer e iluminar – o que também reduz suas contribuições para as mudanças climáticas. Outros benefícios são a redução de custos para os sistemas de saúde e a melhoria da produtividade econômica com uma força de trabalho mais saudável e produtiva.
Entre as medidas-chave que o Brasil já tomou estão: assinatura da UNFCCC em 1992 e ratificação do Protocolo de Kyoto em 2002, além da instituição da Política Nacional sobre Mudança do Clima em 2009 e do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima em 2010.
Nota aos redatores:
Os Perfis Climáticos e de Saúde são coordenados pela OMS com a Secretaria da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, financiados e apoiados pelo Wellcome Trust, e produzidos com especialistas de liderança da Universidade de East Anglia, o CPD, a Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, a Universidade de Wisconsin-Madison, a Organização Meteorológica Mundial e o Banco Mundial.
O perfil de país do Brasil é um dos 15 primeiros que a OMS está revelando para ministros da saúde e outros tomadores de decisões ao redor do mundo, a fim de apoiar um tratado eficaz e de promoção da saúde nas negociações da UNFCCC, em Paris, em dezembro de 2015.
Perfil de país disponível em inglês em: www.who.int/globalchange/resources/country-profile/en/
Apoie a Chamada para Ação da OMS de proteção da saúde frente às mudanças climáticas (em inglês): www.who.int/globalchange/global-campaign/en/ http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=4954:2015-11-30-12-37-21&Itemid=839